quarta-feira, 26 de novembro de 2008

Somos cores

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Somos cores

Pela negra pele
escorria abundantemente
a pureza cristalina materializando a dor.
O sol pairava sob um azul infinitamente profundo e ilusório,
dourando suavemente o rastro
dessa sinuosa e úmida estrada de interminável pesar
fincada na triste face,
cansada do cinza que envolve os dias.
O solo vermelho absorvia ávido
o salgado e puro líquido,
escorrendo pelas tessituras escuras
pousando tranquilo na sufocada raiz
que em movimentos suaves despertava
e num intenso vigor
rasgava o solo em crescente alegria
sentindo encher-lhe de vida
a invasão do invisível oxigênio,
rompendo o ar
em direção ao branco das nuvens,
lentamente invadindo o espaço
mostrando-se intensa em renovação, resistência e liberdade.
A profunda raiz de outrora descobriu
a infinidade das cores do ser.
Ergue os longos e verdes caules
sob o alaranjado céu da tarde.
Agora ela é fonte multicolorida de vida
cores, liberdade e esperança
iluminando a transparência da alma.

Ninil-Zé

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