quarta-feira, 23 de janeiro de 2008

Razão de abstrair-me




Quase uma abstração.
Rodopiando rente ao solo
preso à um mínimo fio de razão
o vôo que não pôde alçar,
levantou aos céus... o chão
sacudiu o lençol dos dias,
espalhando pelo ar vazio e rarefeito
um insistente estar.
Instaurando no nada
um ponto
Onde eu possa me abrigar.
Envolto em uma sinfonia de fragmentos
o ser dissolve-se e se mistura,
encontrando-se... ao perder-se
no infinito alimento do pensar,
engolindo lentamente os dias
mastigando cada segundo
sem um mínimo de aflição,
digerindo o tempo com a calma
daquele que reconhece o valor do pão.
Abstraio-me na vastidão do pensamento,
pairando tranqüilo na amplidão.
Insuflando o peito de loucura
arrotando a mais pura razão.
Ninil-2007

Nenhum comentário:

Postar um comentário