segunda-feira, 28 de janeiro de 2008

End(vidar-se)


End(vidar-se)

Devaneios.
Deva meios...
Princípios e fins.
Quitá-los pela aflição de um norte
aceitando a instantaneidade do atalho
num abrupto corte,
seria um adiantamento
À outra aflição precoce.
End(vidar-se)
de instantes,tragédias e risos.
Dúvidas, calafrios e erros.
Encher a alma e os dias
De inesperados caminhos.

Perceber,
o valor da caminhada
sentindo o chão
através do furo no sapato
que o tempo moldou.
Que a lágrima nunca mais
desabe veloz rumo ao solo,
mas deslize suave
entre os profundos sulcos,
(essa mágica materialização
de acúmulos de momentos),
desaparecendo tranqüilamente pelos poros.
A mesma tranqüilidade necessária
Presente em cada passo
percorrendo a linha do tempo.

*end:fim em inglês
*(vidar-se) gramaticalmente incorreto. Peguei o substantivo feminino "vida"e o transformei em um verbo: "vidar-se" que é encher-se de vida. A norma culta que me perdoe, mas a licença poética me fornece essas armas. Assim consegui dar complemento ao "end" para ficar foneticamente igual ao "endividar-se" correto. É um paradoxo, pois une fim e encher-se de vida. Era justamente isso que eu queria mostrar. Pra quê encher-se de coisas e objetos, se a vida é composta em sua maioria de coisas abstratas e tem entre elas, o tempo como definidor de "substância"ou ausência da mesma na essência do viver.

ninil-2007

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