quinta-feira, 13 de agosto de 2009

Memória


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Lacuna

à Dª Maria e suas lembranças construídas em nós


Lacuna arrastando-se junto ao ser
engolindo toda solidez construída
sob as manchas e rugas edificadas
decepando o passado dos passos
que se constroem sob o vacilante
inédito instante que se apagará
no breve sussurro de um tempo
que foge ao abraço da memória
desconstruindo todas imagens
dissolvidas no imenso espaço
estreitado-se em atroz velocidade
na mínima faísca reminiscente
que incendeia a totalidade do ser
no caule que nunca se perderá
na insistência do vazio devorador
impossibilitado de se apoderar
daquilo que vaza pelos poros
encharcando cada fragmento
onde todo o tempo esparrama-se
na anti-memória que se configura
como afetividade reconstruída
em qualquer instante vindouro.

Ninil




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