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Get up
a James Brown
O concreto aguardava ansioso
os passos quebrados que o iluminavam.
Os muros exibiam suas novas cores
misturando-se à melodia das calçadas.
A rua oferece seu inebriante odor
ao corpo desacostumado à inércia,
subjugando os passos ao inevitável percurso
rumo ao fluxo de vida que explode
na insaciável necessidade de mover-se
entre o ritmo e a poesia.
Os corpos resistiam à tentação
de lançarem-se de uma só vez na plenitude
conquistada sob o signo movimento.
A rouquidão de um grito que irrompe selvagem
do fundo da garganta da alma
embebido no mais possante groove,
liberta os corpos da angústia estática
que os limita a agir na mera função
de corpos caminhantes sob a gravidade,
instaurando em forma de dança
a necessidade abstrata de locomoção
de um ser configurado sob o movimento
que constitui seu próprio tempo.
A música desaba sobre os corpos,
marionetes da abstração rítmica,
deflagrando o concretizado combate
entre o som e o movimento.
Todos os freios e amarras invisíveis
sucumbem à necessidade de instalarem-se
à pulsão crescente e nervosa que sacode o chão,
invadindo os corpos em sua singular liberdade,
criando uma multiplicidade de espasmos
suprindo os anseios primitivos de libertação,
mediante a possibilidade de elevação
que se configura sob o efeito da música.
Ninil
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Travando uma grande batalha de sons, imagens e movimentos com palavras. Ao final existem dois grandes vitoriosos; o poeta e o leitor.
ResponderExcluirGrata pelas suas linhas.
Mariana