sexta-feira, 28 de outubro de 2011

Ei-la!





Ei-la!



A poesia se mostra no invisível ato da visão

Esconde-se no visível desacato de ser

Mostra-se na invisibilidade ignorada do ver

Opõe-se a favor do que não É

Sendo aquilo que bem entende

Regra o dilema que instaura a dúvida

Duvida da vida que duvida da vida

Irrompe do grito calado ensurdecedor

Derruba-se nos prantos escondidos

Esculpe-se em gargalhadas infinitas

Contorce-se no afago da brisa

Deliciando-se ao açoite do furacão

Esconde-se na sutileza da pétala

Mostra-se encharcando o espinho

Agiganta-se em grão mínino no universo

Esparrama-se no prato em alimento diário

Espreme-se sob solas apressadas

Descansa em umidades palmilhadas

Sobe velozmente ao inatingível

Desce suavemente ao aconchego do abismo

Caminha a passos largos o mínimo

Volteia-se em lentidão o desmedido ir

Dorme onde cama alguma se deita

Acorda em qualquer coisa que a deixe:

Despertar-se!

Instaura-se definitivamente no verbo ser

Qualquer coisa que seja algo de se ver.

Ou não!


Ninil



Fotos: Ninil

Um comentário: