Eco infinito
A Haroldo de Campos
No vão da memória
esvoaça o anjo concretamente abstraído,
pairando sobre as sombras absortas na voz
armada até os dentes...
de crisântemos erguidos no tempo,
sem tempo que finde
o flutuante espaço fixo
que repousa em qualquer canto,
em qualquer palavra, em qualquer coisa,
constituindo-se em contínuo movimento
entre, ante, sobre, dentro...
sob as pálpebras entrelaçadas na umidade
necessária e providencial na irrigação dos dias,
instaurando dentro desse eco infinito
a verdade moldada no passado,
onde o instante sufocou-se
diante do grito ensurdecedor
da voz surgida da palavra,
ecoando a continuidade do real
que não cabia mais em si,
atendo-se no instante que o fixou
na verdade construída em linguagem.
Ninil
No vão da memória
esvoaça o anjo concretamente abstraído,
pairando sobre as sombras absortas na voz
armada até os dentes...
de crisântemos erguidos no tempo,
sem tempo que finde
o flutuante espaço fixo
que repousa em qualquer canto,
em qualquer palavra, em qualquer coisa,
constituindo-se em contínuo movimento
entre, ante, sobre, dentro...
sob as pálpebras entrelaçadas na umidade
necessária e providencial na irrigação dos dias,
instaurando dentro desse eco infinito
a verdade moldada no passado,
onde o instante sufocou-se
diante do grito ensurdecedor
da voz surgida da palavra,
ecoando a continuidade do real
que não cabia mais em si,
atendo-se no instante que o fixou
na verdade construída em linguagem.
Ninil
.
Raimundo caiu
ResponderExcluirnão seu mundo.
E, enquanto o medo
dormia,
levantou cedo
para caiar o dia.
Não resisti e juntei dois comentários em um, abraços
Cris Alves
Ah Cris!
ResponderExcluirComo sempre, nem os comentários estão imunes à sua bela e certeira
poesia. "Levantou cedo para caiar o dia.", isso é muito forte, sutil e verdadeiro!