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Giulietta Masina em "La strada"
O clown na chuva
A maquiagem se misturando às lágrimas e à saliva,
lavados na abundância de sucessivas gotas.
O corpo se misturando em movimentos confusos
à contínua fragmentação de imagens,
sugadas em ansiosa alimentação das retinas,
deslizantes e pegajosas na absorção de instantes.
Os soluços oferecem a pausa necessária
na construção incerta do caminho,
costurando o apreço à árdua construção
do riso como infinita inquietação
em mínima orquestração de gesto.
Cada passo que desaba sob o vacilo
do murmurante e esvoaçante esboço
se constrói na angústia do riso indefeso e cru,
estruturado na infinita paisagem do ser,
devastada pela ensurdecedora gargalhada
cuspida ferozmente do oco da garganta,
desabando ferocidade sobre o outro
na cegueira oferecida pela lâmina ácida
do risível vômito do óbvio,
sepultando o suave revirar de olhos
e o impronunciável vai-e-vem das sobrancelhas,
proporcionando mil palavras na grandiosidade mínima,
jorrando de cada gesto elaborado e articulado
pelo inundado e inquieto corpo,
flutuante entre as gotas de chuva.
Ninil
Marcel Marceau
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Ah..obrigada pelo comentário...
ResponderExcluirEu sou de fases.... escrevo mtoooo, paro....vou fazer outra coisa (pintar, desenhar, cantar, photoshopar etc) mas escrever é necesidade, faz parte de mim...
Então sempre volto pros braços do meu primeiro amor...
Pena n ser boa nisso...
Diferentemente de vc, q sabe o que faz...
bjs
Nda