sábado, 4 de julho de 2009

Entre os cacos

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Entre os cacos

Desatou de vez
o nó há muito enfraquecido.
Laço rompendo-se, derramando sobre os dias
um oceano de ninharias enumeradas,
um deserto de invariáveis tons,
afrouxando o abraço das correntes,
apagando cartas de contínuo redizer.
Rompeu o esfarrapado e carcomido cordão
acariciado pela cega lâmina da faca,
adiando o definitivo corte.
A lógica das pedras na construção da estrada
reverteu-se na destruição do espelho,
despedaçando o quase reflexo do outro
acostumado à mera distorção,
um esquecido retrato de algo
que se perdeu entre os cacos.

Ninil




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