terça-feira, 1 de junho de 2010

Gesto Imenso

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Kazuo Ohno 1906-2010


Gesto Imenso


O silêncio dissolveu por completo
o mínimo que gritava amplitudes
infinitamente melódicas e sutis,
impronunciáveis na velocidade cega.
Agora a frieza do corpo estático
tateia tranquilamente a imensidão
na coreografia da imobilidade,
absorvendo o vibrar silencioso do eco,
fundindo a preciosidade do fragmento
no que encontra-se em fruição contínua,
envolto na grandeza do gesto mínimo,
atando a extensão diminuta do riso
à imperceptível inundação de lágrimas,
movimentando-se em silêncio absoluto.


Ninil