Releitura
A
mesma posição sempre
O
caminho a percorrer inalterado
O
bip do microondas anunciando o jantar
A
angústia manipulando atitudes
O
despertador sacudindo o quarto
O
sapato gastando-se pelas mesmas avenidas
As
vinte e cinco mastigadas costumeiras
A
mesma reza antecipando o sono
O
sono prenunciando outro número no calendário
O
peito vazio igual a ontem
O
mesmo caminhar com o cachorro...O quê?
-Nunca
empacaste desta maneira!
-Nunca
latiu desta forma pra mim!
O
instinto subvertendo regras
As
posições improvisando temas
O
caminho desenvolvendo-se a cada passo
O
leite derramou no fogão
A
angústia equilibrando atitudes
O
sol derrubando as paredes
O
chinelo arrebentou em alguma esquina
O
sanduíche sendo dividido
O
sono veio no meio da meditação
Os
dias paridos na renovação do sono
O peito
vazando novidades e incertezas
As
patas perdendo-se pelas ruas...Quantas!
Nunca
correste tanto como agora!
Nunca
latiu tão euforicamente. Nunca!
Ninil Gonçalves
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