terça-feira, 10 de janeiro de 2017

Meia-boca inteira






Meia-boca inteira

Embora o que ofereço é coisalguma
ou quase nada que não pague nem valha
o tempo afugentado por fastidiosa aventura,
ouso dizer que minha meia-boca
sorve em insaciável desmedida a inteireza
daquilo que a vida oferece parcamente,
degustando em ressignificação contínua
meiaboquíssimamente
o destituído de mínima valoração
ante a assoberbada avidez insípida da bocarra
que sequer saboreia uma fração da totalidade. 

                                          Ninil Gonçalves

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