Maracatu
Solo tremendo sob a explosão do couro
séculos rompidos na continuidade indivisível
erguidos em uníssona batida atemporal
rasgando o concreto em direção ao útero
telúrico aconchego ancestral perpétuo.
Súditos da folia-rainha dos corpos insanos
súbitos reinos erguidos da realeza de cada um
cortejo rasgando o ar em involuntária dança
sublevada pela imprescindível necessidade
do movimento orquestrando o ritmo do ser.
Turba rumando flutuante a qualquer ponto
estabelecendo seu espaço dentro do som
dentro de cada batida resgatando o contínuo
na estrada reconstituída ao elo passado
aconchegando todos em única nota infinita.
Cortejo explodindo os viciados tímpanos
na insistente e barulhenta caixa torácica
estilhaçando qualquer sinal de mínima inércia
instaurando a atemporalidade sonora
sob a entrega dos corpos que flutuam
dentro de cada batida do tambor do peito.
Ninil
Você tem bossa com as palavras!
ResponderExcluirQue encanto estão esses versos...
Um beijo imenso!
FELIZ PÁSCOA!
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(=':'=)
(,,)♥(,,)