Chuva
Sopro.
Olhos vendados na claridade
lambendo o brilho molhado
sob o calçado, sob o pneu, sob a luz.
Projétil do olhar engolindo o silêncio
asfalto, calçada, postes encharcados
asas chacoalhando gotas no fio
fio de água no canto da pedra
grama dançando a umidade no ventre.
Gotas rasgando o infinito invisível
batendo nas latas, nas folhas, na pele.
Encharcada, repleta e chorosa
lava o instante por inteiro
sai flutuando vaporosa e breve
entre eletricidade e explosões.
Ninil
Foto: Ninil
Belissímo...em sua sensibilidade,e em sua encantadora elegância, em ver o belo som da Chuva! Atenciosamente F.G.
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