Foto: Izabel Marinho
Riso no rio do tempo
À Izabel Marinho
Tempo contrariando a quebra das esquinas
observando o ido na circularidade da construção
enroscando a afoita surpresa do engatinhar
ao contínuo tropeçar dos passos cansados.
Acúmulo desenfreado de experiências
desperdiçadas no montante de necessidades
postas em fabricadas e postiças substituições
invalidando a enumeração serena das rugas.
Tempo reanimando o aconchego do mergulho
inundando os poros de disponibilidade ao riso
deixando-se escoar ao borbulhar da fonte
vívida no riso brilhante em cada mínima gota
onde o corpo se reconhece em desmesura
desconhecendo a grandiosidade vivente
posta em cada movimento extasiado do ser.
Tempo esquivando da obrigatoriedade fugaz
de afogar-se em águas devidamente elaboradas
condizentes ao fluxo descontínuo do simulacro.
Brotando, fluindo, resistindo...
Tempo construindo-se em memória contínua
descobrindo-se vivo nos vincos da pele
desvendando o viver no riso molhado
flutuando no salto de olhos fechados à água.
Foto: Ninil Gonçalves
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Meus cumprimentos, meu caro Ninil, seu poema é fluida canção aos ouvidos. Excelente, a progressão do ritmo explorado por vc.
ResponderExcluirValeu luiz!
ResponderExcluirO tempo torto,
ResponderExcluirpassa-se;
Pelo jeito moço.
Somos nós!
Estou a seguir;
Luz!
Verdade! Visitei seu blog e gostei MUITO!
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