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Avesso
Lado errado conforme a forma
que deforma as necessidades do ser.
Gauche optando pela guache
deformando-se com a chuva,
lavando as identidades idas
na intempestiva e inusitada dança
do ir...
resistindo em revestir-se
na instauração do subjugado ser
moldado em inalterado e análogo óleo
sugerindo harmonia na forma
imutável no escorrer do tempo
empalidecendo a certeza dos tons.
A experiência do avesso como via
no desavindo ato ontológico
de absorção continuamente desejável
de necessidades sempre confiscadas
pela uniformidade do confortável
tamanho único enumerado.
Avesso retorcido e tecido em si
na unicidade cabal de cada um,
unindo nas diferenças específicas
o valor de cada qual
naquilo que não é qualquer coisa.
Assim como a vestalidade não me cabe
na usualidade que cobre meus dias,
reitero o valor do meu avesso
vestido de si em permanente desalinho
como apropriado ao desfile da vida,
indiferente ao obrigatório código de barras
medidor de suposta relevância vivente.
Revés da forma apta ao agradável,
o avesso oferece o não desejado lado
do acabado, moldado e configurado,
posto em certeza pelo simulacro
da evidência como pungente classificação
do que se reveste na superficialidade,
amparada unicamente no relevo sublevado
da representação imagética do ser.
Ninil
Muito engenhoso em seus versos e reversos.
ResponderExcluirUm beijo carinhoso.